sábado, julho 15, 2006

...Porque ainda há coisas eternas...


"Esta manhã encontrei o teu nome
nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar
na minha pele.
E o corpo doeu-me
onde antes os teus dedos foram aves de Verão
e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite,soubeste ser o vento
na minha camisola, e eu despi-a para ti,
a dar-te um coração que era o resto da vida- como um peixe respira na rede mais exausta.
Nem mesmo à despedida foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti é um poema.

Contudo ao acordar, a solidão sulcara um vale
nos cobertores e o meu corpo era de novo um trilho abandonado na paisagem.
Sentei-me na cama e repeti devagar o teu nome,
o nome dos meus sonhos, mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota as forças, são frios os batentes nas portas da manhã."

Maria do Rosário Pedreira.

@para alguém sempre no meu coração.