quinta-feira, dezembro 28, 2006

É isso aí.....


"É isso aí

Como a gente achou que ia ser

A vida tão simples é boa

Quase sempre

É isso aí

Os passos vão pelas ruas

Ninguém reparou na lua

A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar

Eu não sei parar de te olhar

Não vou parar de te olhar

Eu não me canso de olhar

Não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredita em milagres

Há quem cometa maldades

Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores

Ensina seus filhos

A escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar

Não sei parar de te olhar

Não vou parar de te olhar

Eu não me canso de olhar

Não vou parar
De olhar"


Ana carolina


@ música e letra mt simples mas igualmente bonita...

ouçam...

manutte esta musica é para ti...foi o Tomás que pediu p te dar.......miauhhhh

terça-feira, dezembro 26, 2006



"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."

Vinícius de Moraes

quarta-feira, dezembro 13, 2006

"Quando eu morrer, não digas a ninguém que foi por ti. Cobre o meu corpo frio com um desses lençóis que alagámos de beijos quando eram outras horas nos relógios do mundo e não havia ainda quem soubesse de nós; e leva-o depois para junto do mar, onde possa ser apenas mais um poema - como esses que eu escrevia assim que a madrugada se encostava aos vidros e eu tinha medo de me deitar só com a tua sombra. Deixa que nos meus braços pousem então as aves (que, como eu, trazem entre as penas a saudades de um verão carregado de paixões). E planta à minha volta uma fiada de rosas brancas que chamem pelas abelhas, e um cordão de árvores que perfurem a noite - porque a morte deve ser clara como o sal na bainha das ondas, e a cegueira sempre me assustou (e eu já ceguei de amor, mas não contes a ninguém que foi por ti). Quando eu morrer, deixa-me a ver o mar do alto de um rochedo e não chores, nem toques com os teus lábios a minha boca fria. E promete-me que rasgas os meus versos em pedaços tão pequenos como pequenos foram sempre os meus ódios; e que depois os lanças na solidão de um arquipélago e partes sem olhar para trás nenhuma vez: se alguém os vir de longe brilhando na poeira, cuidará que são flores que o vento despiu, estrelas que se escaparam das trevas, pingos de luz, lágrimas de sol, ou penas de um anjo que perdeu as asas por amor."
Maria do Rosário Pedreira